Cristãos na República Democrática do Congo contam com nossas orações pela comunidade cristã local que está muito fragilizada. Extremistas das Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês) executaram uma nova onda de ataques, com assassinatos e sequestros no estado de Kivu do Norte. A periferia da cidade de Beni foi a região mais atingida pelos atentados. Em março deste ano, o grupo matou ao menos 50 cristãos e sequestrou muitos outros seguidores de Jesus na República Democrática do Congo.
Por exemplo, entre 29 de fevereiro e 1° de março, as ADF esfaquearam e mataram dois cristãos e feriu outros em Ngite-Mavivi. Em seguida, eles cercaram a população em um trecho da estrada em Beni-Oicha. Segundo Convenção pelos Direitos Humanos (CHDR, da sigla em inglês), uma organização civil local, a polícia dispersou o grupo. No dia 5 de março, habitantes do vilarejo de Vemba-Kinyamusehe começaram o dia com a notícia de que nove cristãos foram mortos durante a noite pelo grupo extremista ADF.
Escolas e hospitais fechados
A organização CHDR destacou que, por causa dos ataques em janeiro e fevereiro deste ano, escolas e hospitais foram fechados. No domingo, 17 de março, os extremistas mataram três cristãos, incluindo um policial, e sequestraram muitas vítimas na comunidade Mulekera, na periferia da cidade de Beni. Em 23 de março, extremistas mataram cristãos e incendiaram e saquearam muitas casas.
“Precisamos das orações de cristãos de todas as partes do mundo porque nada está surtindo efeito”, conta o pastor Kambale, parceiro local da Portas Abertas e líder da igreja CECA 20, onde 50 cristãos foram assassinados em março. O capitão Antoy, porta-voz da operação Sokola 1 Grand-Nord, que busca restringir o avanço das ADF, disse em uma entrevista à imprensa que o exército cumprirá o seu papel e que a população deve colaborar para frustrar os planos dos inimigos. A operação Sokola 1 Grand-Nord é uma unidade especial das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) designada para combater grupos armados no território de Beni.
Ameaça de homens-bomba
No Domingo de Ramos, gritos de angústia alarmantes foram sucedidos por assassinatos em série, também na comunidade de Mulekera. Ao menos 13 cristãos foram mortos e dúzias de casas foram incendiadas no incidente. Cristãos relataram a parceiros locais da Portas Abertas que um pastor local também está desaparecido desde o ataque.
A CRDH reportou posteriormente a descoberta de outros 22 cadáveres em arbustos relacionados a esse atentado, totalizando 36 cristãos mortos nos ataques entre 23 e 24 de março. Já no final de março, as ADF sequestraram um número indeterminado de pessoas no vilarejo de Mulwa. Segundo o pastor Kambale, esses cristãos foram levados para locais desconhecidos e o incidente causou grande perturbação na comunidade.
“As famílias estão aflitas por causa dos desaparecimentos. A insegurança aumentou e isso causa medo na população cristã. Os pais não vão mais trabalhar nas plantações por causa do medo. Com isso, muitas crianças deixam de estudar, pois não conseguem pagar as mensalidades. A situação também incitou muitos jovens a ingressarem nas milícias para se protegerem. Tudo isso resulta na palavra de Deus não sendo pregada e em limitações no avanço do Reino de Deus”, diz o pastor Kambale.
“A taxa de ataques à comunidade cristã no leste da República Democrática do Congo pelas ADF é terrível. Esses ataques continuam imbatíveis e transformam milhares de pessoas em deslocadas internas, afastadas de suas casas, suas plantações e da vida que construíram. Clamamos à comunidade Internacional para fazer tudo o que for possível para garantir que o governo da República Democrática do Congo seja transparente e se comprometa em proteger todas as comunidades afetadas, assim como oferecer apoio a todos os deslocados internos em suas necessidades”, compartilha Jo Newhouse (pseudônimo), porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana.
Fonte: Portas Abertas