O Espírito Santo superou a marca de 90 mil empresas abertas em 2021. O número representa um crescimento de 15,3% em relação ao ano anterior, quando o estado registrou a abertura de 78 mil novas empresas.
Entre os segmentos que mais se destacaram em 2021, está o de alimentação com fornecimento de alimentos para consumo domiciliar, lanchonetes e restaurantes e similares. Outros segmentos que merecem destaque são: comércio varejista de roupas e acessórios; promoção de vendas e obras de alvenaria.
A aposta do Bira Oliver foi em um bar. O sócio proprietário da Ginteria, na Praia do Canto, em Vitória, abriu o negócio em novembro de 2021, mesmo com o cenário de incertezas provocado pela pandemia.
“Sou empreendedor há 20 anos em outras áreas, mas na área de gastronomia foi a primeira vez. Achei favorável empreender na área pelo crescimento e procura pelo negócio. Os riscos sempre existem, mas a pandemia, pelo menos para mim, veio para mostrar que em meio às dificuldades, não podemos desistir e nem parar de lutar, não podemos deixar que a economia e a falta de emprego quebrem o Brasil”, destaca o empreendedor.
Nos últimos 10 anos, a abertura de negócios vem em uma crescente contínua e de acordo com o superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), Pedro Rigo, este pode ser um reflexo das melhorias no ambiente de negócios, que está mais favorável ao empreendedorismo.
“O Espírito Santo está vivendo um momento muito bom, o Governo do Estado implementando uma política de desenvolvimento muito estruturada, com destaque para o crédito para as MPEs, o Fundo Soberano e o Fundo de Aval; as organizações empresariais unidas para a construção conjunta de um ambiente de negócios capaz de absorver a dinâmica desta microeconomia; e o Sebrae/ES cumprindo o papel fundamental de subsidiar um apoio técnico necessário a este crescimento. Com isso, o ambiente de negócios está voltado ao empreendedorismo, promovendo mais facilidades na abertura de empresas, menos burocracias e acesso ao crédito. Sabemos da importância das micro e pequenas empresas para a economia capixaba e queremos que além de facilidades para abertura, elas tenham condições de se manterem em funcionamento, gerando emprego e renda”, destaca o superintendente.
Bira relata que não teve dificuldade na abertura do negócio. Entre a ideia do negócio e a abertura de fato, foram poucos os empecilhos.
“Não tivemos problemas para abrir a Ginteria. Nossa dificuldade foi justamente em encontrar pessoas qualificadas para ocupar as vagas de emprego”, ressalta.
Empregos
Mais de 88% dos empregos gerados no Espírito Santo em 2021 vieram das micro e pequenas empresas capixabas. Segundo Rigo, “o Espírito Santo se destacou na recuperação econômica graças à atividade das micro e pequenas empresas capixabas que tiveram a capacidade de apresentar saldos positivos de emprego em 10 dos 12 meses do ano de 2021, elevando os resultados gerais do último ano”.
Bira faz parte dos empreendedores que contribuíram para o saldo positivo de empregos. Em apenas três meses de funcionamento, a Ginteria contratou cerca de 11 funcionários.
Acesso ao crédito
Dados do Sebrae apontam que cerca de 21,6% das empresas não resistem aos cinco primeiros anos de vida e decretam falência. Entre os fatores está o acesso ao crédito, que é uma das principais dificuldades dos empreendedores.
De acordo com a última pesquisa de impactos da pandemia nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae e FGV, 47% dos empreendedores capixabas buscou por empréstimos. Destes, 51% obteve resposta positiva, 5% aguarda um retorno e 43% teve resposta negativa.
Fonte: Hoje ES